Avanço das tensões

Tensão no Oriente Médio joga Ibovespa para baixo, mas alta do petróleo atenua

Índice recua para 136,6 mil pontos com aversão a risco, enquanto tensão no Oriente Médio impulsiona commodities. Petróleo dispara 7%

Fachada do edifício sede da B3 (Foto Divulgação B3)
Fachada do edifício sede da B3 (Foto Divulgação B3)

O Ibovespa abriu a sessão desta sexta-feira (13/6) em baixa, em reflexo à versão ao risco global após Israel atacar instalações nucleares no Irã e o país revidar em seguida. O ataque elevou os temores de uma guerra total entre as duas das forças armadas mais poderosas do Oriente Médio.

Além disso, a falta de consenso entre o governo e o Congresso no âmbito do decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também fica no foco.

O Ibovespa operou parte da manhã em queda moderada, mas após às 11 horas, piorou, seguindo as bolsas norte-americanas.

Na mínima, caiu 0,87%, para 136,6,01,03 pontos, vindo de abertura para 137.099,54, nível praticamente o mesmo da máxima.

O avanço de quase 7% do petróleo atenuava a queda do principal indicador da B3. Na madrugada, a commodity chegou a saltar 11%, em meio aos ataques feitos hoje (noite do Brasil) no Irã. Em Nova York, as bolsas cediam mais de 1%.

Assim, as ações ligadas ao petróleo sobem, enquanto alguns papéis cíclicos cederam, dado o temor de desaquecimento da economia mundial por conta da tensão no Oriente Médio.

Já o minério de ferro fechou em queda de 0,14% hoje em Dalian, mas as ações do setor de metais caíram com mais intensidade; Vale Perdia 1,29%.

“O ataque ao Irã não foi surpresa, mas foi um ataque cirúrgico, em tanques nucleares, centros balísticos e que matou pessoas-chave, como cientistas iranianos e lideranças militares. Foi um ataque certo”, diz Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.

A poucos dias da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), também fica no radar o crescimento de 0,2% no volume de serviços no Brasil em abril ante março, em linha com a mediana das projeções. Departamentos econômicos se dividem entre manutenção da Selic em 14,75% e elevação de 0,25 ponto porcentual na semana que vem.

O Itaú Unibanco é um dos que espera que o ciclo de juros seja vencido na quarta-feira que vem (18/6).

“As autoridades deverão optar pela manutenção da taxa Selic, sinalizando que a taxa de juros permanecerá no patamar atual pelo tempo que for necessário, e que não hesitarão em retomar o ciclo de aperto caso haja alterações no cenário prospectivo de inflação”, afirma o Itaú em relatório aprovado pelo economista-chefe Mario Mesquita.

Aqui, “o impasse em torno da MP com as medidas do IOF e suas compensações sustentam o quadro fiscal nebuloso, embora a rebelião contra aumentos de receita possa ser o ponto de partida para discutir mais amplas do lado das despesas”, cita Silvio Campos Neto, sócio e economista sênior da Tendências Consultoria.

No campo corporativo, a Petrobras informou que efetuará no próximo dia 20 o pagamento da segunda parcela das taxas aos acionistas referentes aos resultados de 2024.

Na quinta-feira (12), o Ibovespa fechou em alta de 0,49%, aos 137.799,74 pontos.

Por Maria Regina Silva

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias